A onda do Funk Ostentação invadiu o Brasil e já pode ser vista em outros estilos populares como o sertanejo, o forró e o arrocha. Todos tentam, mas igual os artistas do funk paulista, não há. Eles cantam seus carros, roupas de marcas, joias, festas, camarotes e claro: mulheres sensacionais. O termo que ganhou destaque nestes últimos tempos, não só por estar presente nas letras das músicas mas, por se tornar um estilo de vida.
Em seu significado, ostentar é a manifestação ou exibição de luxo ou poder, se exibir. Esta ação, normalmente, acontece em detrimento de alguma coisa, ou até mesmo, de outra pessoa. Nós gostamos de exibir as nossas aquisições e conquistas. Não raras vezes mostramos nossos pertences para demonstrar maior capacidade ou poder aquisitivo.
Ao contrário do que alguns possam pensar esse estilo não é novidade, é antigo e foi daí que os funkeiros paulistas se inspiraram. Já é sucesso nos EUA por décadas, destacado nos vídeos clipes e estilo de vida dos artistas das periferias americanas. Nomes como P. Diddy, Notórios Big, Wu Tang, Two Live Crew, Dr. Dre, 50 Cent , etc ... Rappers exibindo seus carrões, anéis, cordões e dentes de ouro e claro, belas mulheres, assim como os funkeiros tem mostrado.
Afinal, o que fez este estilo entrar no cotidiano das pessoas e virar uma febre nacional? De imediato seria necessário um estudo sociológico sobre a atual situação do país e da ascensão da classe C, mas ao meu ver, a resposta seria:
“VAMOS FALAR DO QUE NÃO POSSUÍMOS, MOSTRAR O QUE DESEJAMOS, E GASTAR AQUILO QUE NÃO TEMOS”
Ou seja, quem ostenta, avalia suas propriedades não pelo seu próprio olhar, mas pelo olhar das outras pessoas, adquirindo e se desfazendo de bens com base no que o mercado lhe diz como valioso ou não. Uma bela armadilha do sistema capitalista que tem como uma de suas metas principais formar a maior parte da sociedade como consumidores para a base da pirâmide. Assim, quando um cidadão consegue suprir suas necessidades mais básicas, ele volta seu olhar para a necessidade de provar a sua capacidade como cidadão capitalista através daquilo que possui, que conquistou. De forma alguma estou sugerindo que não devemos dar valor aos bens materiais. Pelo contrário, estou afirmando que devemos dar o devido valor aos bens, nem mais, nem menos.
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